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Mostrando postagens de agosto, 2019

Sobre o sentir e o pressentir

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- Pressentir é sentir o que não se pode sentir ainda - É todo tipo de medo, os fugazes e os fóbicos. É o desejo que faz sentir sua satisfação mesmo sem nunca a satisfazer realmente - essas vontades que passam e que tão logo estão a retornar. Pressentir é aquela ansiedade de que algo aconteça, mas o quê? Não sei. Nem porque. É sentir o tempo e sua passagem marcando a alma e o corpo de maneira estranha, como se o tempo passasse mais depressa ou mais devagar que no próprio relógio. É o interminável agosto que tem um quase gosto de setembro porque quero flores. Sentir o futuro já, sabendo que esse já não é futuro coisa nenhuma. Degustar o sabor da sobremesa enquanto ainda se come o almoço. Iludir-se com uma nova capa para um livro já lido. Ver-se envelhecido em fotografias do ano passado e achar isso curioso. Ter a certeza que a morte está à espreita e mesmo assim se achar tão novo para esse tipo de aventura. Pressentir é sentir o que não se pode sentir ainda. - Sentir é compreender

Esse homem

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"Ser homem não dá certo, ser homem tem sido um constrangimento." Toda a história do pensamento desse homem foi um constrangimento. Sempre que este homem pensou sobre si foi por estar imensamente constrangido consigo. Quando foi que, em casos de plenitude e bem aventurança, ouviu-se qualquer palavra que soasse aos ouvidos deste homem como um pensamento? Não. Este homem não é feliz e não nasceu para sê-lo. A felicidade é um pensar que só aparece quando se pensa  e só se pensa quando não se é feliz. O que ele faz é pensar. Pensar errado ou pensar certo, mas pensar. Eis aqui um meta-pensamento, este homem pensando sobre o pensar, e onde ele chega com isso? À conclusão de que se a vida fosse uma parede acimentada, e a própria felicidade fosse a imagem dela colorida depois de ser pintada, tão logo o pensamento seria um martelo, um serrote ou uma foice, ineficaz para a tarefa de pintá-la. O constrangimento deste homem ao pensar é o mesmo que o de alguém que tenta pintar a parede

Metáforas (?) ou como sou egoísta

Metáfora 1 Um grande animal rosado e de nariz marcante veste-se para um encontro, Ele se julga um impostor, mas não diz para ninguém. É um político, dizem seus amigos também rosados, tem todos uma sujeira que cobre essa pele ,são cativantes, não por um bom motivo, gritam o tempo todo a palavra EU EU EU EU EU EU EU EU EU EU EU EU EU EU EU EU EU. O animal vai ao encontro e conta suas maravilhosas histórias sobre gritos do Eu, Era uma vez um animal que foi a um encontro e ouviu a palavra Ele, ficou chocado e morreu engasgado Era uma vez um animal que EU, digo, um animal que sou, não, um Eu animal EU que EU não EU conseguia EU falar EU de outra coisa EU digo EU além EU de EU si mesmo e não terminou a metáfora da rosa e da sujeira Eu. Metáfora 2 Buscando um pouco de coerência, um sujeito X que não pode identificar-se por um motivo secreto menciona que ama animais, e a relação que traz em comparações esdrúxulas sobre algo ou alguém é pelo fato de querer usar um pouco do coletivo