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2017

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Observo um pássaro que caminha no chão à minha frente, se ele pode voar a caminhada deve ser uma piada. A liberdade de poder riscar o céu com seu corpo e depois caminhar no chão pata por pata. Se eu soubesse voar, seria um incômodo fazer isso. Mas ainda bem que o passarinho não vê graça em nada e vive sua vida de ser o que é. Eu, no entanto, estou aqui e questiono essa cena. É como quando abri os olhos e não sabia onde estava e aquela festa acontecia com muita gente dançando e eu ali. Não, a questão é que nenhuma das duas coisas têm sentido em comum. Agora é quase noite, atordoada minha mente tenta me fazer esquecer algo no meu caminho no hoje. Daria quase tudo por uma distração barata que me deixasse esquecida. Caminho e olho alguns amigos rindo com alegria e tenho medo disso. Como tanta ingenuidade ao pensar que se pode rir? Não nesse dia. Não quando tudo é motivo para silêncio e esquecer, esquecer, esquecer. Se eu fosse um pássaro não teria sofrido o que me aconteceu. Ou se eu fosse

Para se ler amanhã

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Os textos a seguir foram produzidos a partir do Desafio de Escrita idealizado por Andréia Pires, editora da Concha Editora. 01 | Ponto de Partida De todos os aprendizados que a vida me levou a experienciar, o que tenho carregado sempre na ponta da língua, pronto para dizer a quem perguntar, é o aprendizado da sensibilidade. Creio que no íntimo a vida não me ensinou nenhuma verdade sobre ela mesma, não chegará o ponto em que me presenteará com a resposta que tanto busco; porém, o que ela incessantemente tem me feito enxergar é que é preciso que eu esteja sensível aos seus toques. Se o Erik de uns tempos atrás chegava, em muitas ocasiões, a um estado profundo de indiferença para com a vida, hoje me permito dizer que há muito no mundo que me faz sorrir e chorar. A vida, não a ideal, mas a propriamente vivida me ensinou a ser sensível, a ser afetado por ela. Certa vez escrevi que a existência poderia ser valorada em termos da sensibilidade daquele que existe: se tu sentes, tu vives; se não