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Oscilações

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    Um susto. Um sobressalto. Era de manhã. Eu, depois de algumas horas, voltei a respirar voluntariamente, sentindo o ar matinal que permeava completamente o quarto de dormir. O sono fora intranquilo, agitado, perturbado por imagens difíceis de discernir. Despertei sem cerimônias devido ao estímulo abrupto. Encharcado de suor, como se tivesse sobrevivido a um afogamento. Mirei para o lado, só para ter certeza, só para garantir. Ela ainda estava ali. Levantei devagar, sem fazer ruído, coloquei um dos pés no chão, depois o outro. Sentado na beira da cama, estranhei profundamente o quão silenciosa era a minha vida diurna em relação à noturna, o quanto que, ao dormir e sonhar, parecia haver mais movimentos, balanços e oscilações do que no estado de vigília. A quietude do quarto, da casa, da rua, contrastando com o barulho dos tambores do sonho, da fuga. Depois de me erguer, segui aquele mesmo velho caminho. O banheiro, a água fria, o espelho. O espelho. A fuga do espelho. O corredor, a co