Amiúde Insensatez

Toda vez que me encontro no reflexo
Nessa deformada e cinza criatura
Uma áspera amargura 
Toma conta de todo o meu Ser

Toda vez que concluo que nada possui nexo
Um único pedido torna-se digno de se fazer
Por favor, poderia matar em mim
Essa enorme vontade de viver?

Toda vez que me assusto todo perplexo
Com um mundo onde amar não é ser companheiro
Me sinto como um solitário estrangeiro
Pária desse chão onde nascer é começar a morrer

E toda vez que a indiferença azeda o nosso sexo
Viro-me e escondo o meu rosto no canto
Único local que não perdoa nem o santo
De tudo o que me faz sofrer...

                                                    Erik Rosa

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